O
Ministério Público concedeu liminar para o embargo total da obra de construção
do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) em Porto Feliz. O
despacho, datado em 30 de julho, pela Juíza de Direito, Ana Cristina Paz Neri
Vignola, defere o pedido, que visa embargar a obra de implantação do CPP, já
iniciada no município, por estar em desacordo com a legislação ambiental
municipal aplicável e sem cumprir os procedimentos prévios exigidos pelo artigo
225, inciso IV da Constituição Federal, que pede estudo prévio de impacto
ambiental para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente.
A
Juíza ressaltou ainda que a obra contraria frontalmente a decisão judicial
proferida nos autos 790/2009, no qual diz que, a situação imposta pelo Governo
do Estado de São Paulo, que decidiu construir uma unidade prisional sem
consulta prévia às autoridades municipais, sem a emissão da Certidão do Uso de
Solo e sem os cuidados preliminares que pudessem medir a magnitude do dano
ambiental, o prefeito Claudio Maffei (PT), impetrou Ação Popular, na qual
obteve decisão favorável ao interesse coletivo do povo e do município.
No
despacho, a Dra. Ana Cristina ainda diz que a melhor solução deve ser aquela
que atenda os interesses da coletividade, considerando as mais favoráveis
condições humanas e materiais e que devem ser minuciosamente analisadas, não
podendo o Estado agir de forma arbitrária e irresponsável.
Por
fim, a Juíza fixou multa diária para o descumprimento da liminar, no valor de
R$ 50 mil, que será revertida em favor das entidades assistenciais do município
de Porto Feliz.
Sem diálogo
As
obras de construção da unidade prisional, que funcionará em regime semiaberto,
foram iniciadas no início de junho, pela Engetal Engenharia e Construções
Ltda., empresa contratada pelo Estado por meio de licitação pública. O
empreendimento prisional custará mais de R$ 56 milhões. Para iniciar a obra,
Estado e Engetal ignoraram a Prefeitura, que sequer foi comunicada sobre o
início da construção. Até esta semana, diversos caminhões e máquinas
trabalhavam no local.
“Entendemos
que o Governo do Estado tem um problema carcerário e que precisa ser resolvido.
Mas não aceitamos essa atitude autoritária, este ato sem diálogo e sem
respeito”, afirma Maffei. “Já tentamos por inúmeras vezes de agendar uma
reunião ou audiência com o governador, porém nunca fomos atendidos. Temos
mandado pedidos praticamente toda semana para que possamos dialogar e mostrar
os argumentos de Porto Feliz para que o presídio não seja instalado no
município ou para que possamos encontrar outro local para essa instalação, um
local que não tenha um impacto tão negativo. Chegamos a ser atendidos por
alguns representantes do Estado, mas mesmo assim ficamos sem respostas”, conta.
Fonte: http://www.portofeliz.sp.gov.br/content.php?t=content&id=463&idm=463
Fonte: http://www.portofeliz.sp.gov.br/content.php?t=content&id=463&idm=463
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